Eu li...


Alguns livros que me fazem viajar... 
Aqui vão trechos e comentários sobre alguns livros que me fazem viajar sem sair do lugar... entre literaturas canônicas e não tão canônicas (literatura Brasileira ou estrangeira)... entre auto-ajuda (isso é novo para mim) e literatura infantil (que em particular eu adoro)... 
Não me tomo a função de indicar livros e dizer esse você tem que ler, mas se eu conseguir convencer você a ler, já ficarei feliz.
Eu, particularmente, adoro ler desde que entrei na Universidade (sou formada em Letras/Francês) em 2005... não vim de uma família quem tem por hábito ler e comprar livros, me tornei assim, por isso se você tem vontade de começar a ler e acha que não vai gostar, experimenta como eu... eu lia 5 páginas por dia e já ficava com sono... agora quando começo a ler antes de dormir é difícil parar mesmo morrendo de sono... essa é a prova de que para aprender não precisa ser criança, basta ter força de vontade.  No entanto, eu tenho as minhas preferências, mesmo que não seja tão culturais assim... Como comecei a ler no curso de Letras também tomei como meus alguns pré-conceitos (que eram de alguns professores de Literatura) estou quebrando todos eles... por exemplo, como: não ler Paulo Coelho e Livros de Auto-ajuda (prometi a mim mesma que este ano, pelo menos vou conhecer os textos do Coelho... se eu não gostar vai ser por mim e não pelo o que os outros achavam que tinha que ser). 
Apesar de ser leitora ferrenha a 6 anos, aqui registrarei os livros que estou lendo desde o inicio do mês de Janeiro de 2012... porque não quero ficar perdendo tempo com anotações antigas.



Comecei o ano Lendo LEITE DERRAMADO DE CHICO BUARQUE:

O narrador é personagem principal, que está em uma cama de hospital e fica relembrando o seu passado familiar, se trata de Eulálio, o qual vem de uma família falida, mas tradicionalíssima de São Paulo... ele conta de maneira direta o gosto refinado dos homens de sua família por negras e mulatas... inclusive fala o tempo todo de sua esposa, falecida, Matilde, uma linda Mulata, que o deixou, ou melhor fugiu, na verdade dentro do romance tudo leva a crer que a moça fugiu com um francês, o qual era uma figura sempre presente na casa do casal... mas não fica claro, porque como o narrador é o próprio marido ele apenas relata as suas desconfianças e os seus enganos.
É importante ressaltar que a única fala que tem presente no livro é a do narrador, nem a enfermeira, a qual é uma espécie de ouvinte das histórias, fala. Não existe diálogos no texto. apenas um relato feito pelo moribundo que acredita ser noivo da enfermeira que toma conta de seu leito e é, na maior parte do tempo, com ela que ele conversa sobre a sua história.
Apesar do texto ser bem diferente, achei-o envolvente... porque a maneira como é contada a história pelo personagem moribundo é bem divertido, fazendo com que o leitor entre sem sombra de dúvidas na história relatada.
Um trecho, o qual particularmente considerei uma verdade:

"Com o tempo aprendi que o ciúme é um sentimento para proclamar de peito aberto, no instante mesmo de sua origem. Porque ao nascer, ele é realmente um sentimento cortês, deve ser logo oferecido a mulher como  uma rosa. Senão, no instante seguinte ele fecha em repolho, e dentro dele todo o mal fermenta. O ciúme é então a espécie mais introvertida das invejas, e mordendo-se todo, põe nos outros a culpa da sua feiura. sabendo-se desprezível, apresenta-se com nomes supostos, e como exemplo cito a minha pobre avó, que conhecia seu ciúme como reumatismo. Conta que ela gania de dor nas juntas, na fazenda na raiz da serra, cada vez que meu avô ia procurar as negras. Mas se declarava indiferente às andanças dele que sempre teve esses vícios, desde fedelho se metia entre as escravas nas propriedades do seu pai, o barão negreiro" (p. 61-2).
   
 
    

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